Brasileiro adora um churrasco! Qualquer ocasião de encontro em família ou entre amigos já é motivo suficiente para acender a churrasqueira, salgar as carnes e comemorar, conversar e brindar em torno das brasas acesas. Porém churrasco não é exclusividade do brasileiro. Em outros países ele também existe, claro adaptado às diversas culturas dos povos, mas a essência é a mesma: saborear uma deliciosa carne e reunir as pessoas. O Brasil está entre os três gigantes produtores de gado de corte do mundo, ao lado da Argentina e dos EUA, mas existem países que produzem seu próprio rebanho de acordo com a exigência de qualidade de cada povo. Reunimos alguns países e seus costumes quando o assunto é churrasco.
França: A exigência dos franceses é para as carnes com pouca ou sem nenhuma gordura. Quando pedem uma carne no açougue, o açougueiro traz a carne já cortada e pronta para apresentação ao consumidor. Não é comum encontrar na França vitrines com as carnes penduradas com as gorduras e sebos à mostra. Com uma cena dessas certamente o proprietário perderia o consumidor. Os churrascos franceses acontecem nas férias e somente durante o verão, depois dessa época é muito frio e ficar na área externa da casa não seria uma boa opção. Além dos cortes de algumas carnes, o produto comum e mais tradicional é uma linguiça fininha chamada de Chipolata e outra chamada de Merguez com carne quase picante e carregada de condimento. O churrasco francês não dura o dia todo, como o nosso, e sim apenas no momento de assar as carnes, sentar à mesa e consumir com todos presentes, apreciando junto um belo vinho. Os cortes mais consumidos na França são o filé de costela, chamado no país de Noix e o filé mignon.
Japão: Os japoneses fazem da carne de churrasco um complemento com o tempero do arroz e preferem fatias finas do que as peças grossas. Gostam das carnes mais tenras e com bastante gordura e sabor bem marmorizado. Um dado interessante é a produção do rebanho no Japão, das raças Wagyu/Kobe Beef, que é por confinamento, mas podemos dizer confinamento cinco estrelas. Os animais recebem todo o tratamento para não sofrer nenhum momento de estresse, para isso são utilizados sistemas de som tocando música clássica com obras de Mozart, utilizam também spray de saquê sobre o rebanho e massagem com palha para melhorar a circulação sanguínea e amolecer a gordura sob a pele. Todo esse manejo para ter um dos melhores resultados e cortes da carne bovina mais saborosa e apreciada do mundo, o Wagyu. O churrasco no Japão é chamado de Yakiniku (Carne Grelhada). Esse nome é dado também aos estabelecimentos que servem churrascos. Nesses locais é onde acontecem os encontros dos japoneses para o consumo de carne, no qual são comercializados vários tipos de cortes crus, que são assados na hora e diretamente na mesa do consumidor. Se paga o equivalente a duas horas e comem o que quiser. Recebem ração controlada com a meta de engordar os animais, fazendo com que a carne tenha mais gordura entremeada nas fibras, denominada de marmoreio. É uma gordura que não faz mal a saúde, pois quando é assada, acaba dissolvendo.
Argentina: Nossos vizinhos na América do Sul também apreciam um belo churrasco e são consumidores assíduos de carne assada. Para se ter uma ideia, os europeus consomem por ano o equivalente a 18kg de carne, os norte-americanos de 25kg a 30kg e os argentinos consomem 60kg. Para os argentinos, a churrasqueira é chamada de parrilla e existem dois tipos de churrasco argentino: o “asado parrilla” e o “asado criollo” com a estaca fincada no chão rodeado de brasas incandescentes. No “asado parrilla” é muito raro a utilização de estacas. Eles fazem direto na grelha com uma leve inclinação ao fogo. Os cortes mais consumidos na Argentina são a costela, o bife de chorizo e o assado de tira. No próximo artigo apresentaremos as curiosidades e as diferenças no preparo do churrasco em mais países.