O consumo de carne de cordeiro no Brasil, apesar de aumentar a cada ano, ainda é pouco em comparação com a utilização em outros países, principalmente de países do Oriente Médio e do Mediterrâneo. Está presente na gastronomia diária na Turquia, na Nova Zelândia e em alguns países latinos como na Argentina e no Uruguai.
Na culinária turca, o consumo de cordeiro é bem difundido. É possível encontrar pratos a base de carne de cordeiro diretamente com os ambulantes, principalmente na capital Istambul. Alguns cortes são exóticos para nós, porém quem provou não se arrepende. É o caso do kokoreç, prato que utiliza o intestino do cordeiro, e o kelle que utiliza a cabeça, os dois pratos são servidos como recheio em um belo pão turco.
Para quem prefere cortes menos exóticos, com seus maravilhosos toques de sabores e aromas, os turcos combinam a carne de cordeiro com o acompanhamento de ervilhas verdes e brancas, tomates, berinjelas e pimentões. Outra utilização na gastronomia turca é o Döner kebab (que quer dizer espeto giratório). Aqui no Brasil ficou conhecido como churrasco grego, porém sua origem é turca e no país de origem a preferência é pela carne de cordeiro.
A carne de cordeiro moída está em outro prato tradicional na Turquia chamado de Köfte. Lembra almôndegas e é misturado com farelos de pão, cebola picada e especiarias. Já o Manti utiliza a carne de cordeiro, cebola, sal e pimenta como recheio de uma massa característica turca.
Na Nova Zelândia o cordeiro está muito presente. É uma carne tradicional e ingrediente principal de vários pratos dos neozelandeses, que consomem carne de cordeiro no dia a dia em combinações saborosas de vegetais e tubérculos, com pouco sal, deixando os condimentos trabalharem. O consumo de carne de cordeiro no país é bem acima dos outros. Em média os neozelandeses consomem 45kg por ano, enquanto no Brasil, o consumo é de 1kg ano por habitante.
O país é referência em criação e exportação de ovinos, principalmente do cordeiro, cria da ovelha e do carneiro (confira no artigo sobre os benefícios da carne de cordeiro) sendo polo principal na produção mundial. Assim como é normal para nós, brasileiros, um churrasco no domingo, na Nova Zelândia é de praxe e de costume um cordeiro assado bem quente em um fim de semana à noite.
Na América do Sul, um dos países que consome carne de cordeiro é a Argentina em especial na região da Patagônia. Lá é preparado o cordeiro patagônico, famoso na região e apreciado na forma tradicional da cultura dos nossos vizinhos. O cordeiro é utilizado inteiro, temperado com sal grosso e assado lentamente em estacas fincados no chão sobre a brasa de lenha. Esse processo é denominado “asado criollo” (confira artigo sobre o Churrasco pelo Mundo).
As empanadas salteñas argentinas também utilizam o pernil ou o pescoço de cordeiro desfiado. Famosas em todo o país, as empanadas são comidas típicas, bem recheadas e podem ser fritas ou assadas. As empanadas são de origem persa e foram trazidas pelos espanhóis para os países latinos. A Quirós Gourmet tem em seu catálogo online a opção de uma empanada deliciosa com a receita tradicional e exclusiva da Família Quirós. No Uruguai, nosso outro vizinho, a carne de cordeiro também está presente no dia a dia das famílias, sendo na maioria ingrediente principal nas mesas dos uruguaios em suas casas à noite.
Um prato bem comentado na culinária é a costela de cordeiro à moda uruguaia. É temperada com uma mistura especial aromática de ervas e azeite de oliva que dá sabor à carne sem sobressair ao paladar original do cordeiro. O cordeiro uruguaio, cultivado no país, é artigo de exportação, sendo reconhecido como um dos melhores do mundo.
Assim como os argentinos, os uruguaios não utilizam carvão, somente lenha que é a base do tradicional churrasco uruguaio, chamado fogo de chão ou picada. Apesar do nome ser diferente, o método do churrasco fogo de chão uruguaio é parecido com o asado criollo argentino, com as peças inteiras presas em estacas fincadas no chão em torno de lenhas em brasas.